Na Bíblia há um texto muito interessante que fala sobre a importância de observar um inseto e aprender com ele.
Esperando minha filha num jardim, enquanto não chegava fiquei observando o trabalho das formigas. Como elas trabalham! Tentando carregar um pedaço de biscoito, bem grande para seu tamanho, percebi como se uniam para transportar aquele alimento para formigueiro. Lembrei então do texto “vai ter com as formigas, ó preguiçoso” (Provérbios 6.6).
Um dia desses estava pensando no comportamento de alguns animais, especialmente das fêmeas no trato com seus filhotes. Fiquei a pensar que através da fauna podemos, até mesmo, aprender ser pai e ser mãe.
Por exemplo, vejam só os cangurus. As fêmeas da espécie dão a luz apenas a um bebe por vez, que nasce tão pequeno quanto uma cereja ou um chiclete, assim que o filhote nasce, ele vai direto para a bolsa da mãe.
O que falar da mamãe-águia? Uma caraceteristica da femea é cuidar dos filhotinhos com muito cuidado, alimentá-los adequadamente, protegê-los dos predadores e das tempestades, (pois as águias fazem o ninho nos penhascos), mas quando percebe que chegou a hora de seu filhotinho voar, a mamãe-águia balança o ninho incentivando à independência, à autonomia.
Um outro exemplo bem próximo da nossa realidade brasileira é o comportamento da galinha com seus pintinhos. Da próxima vez que tiver a oportunidade de ver uma galinha com pintinhos, bem novinhos, observe como os mesmo ficam sempre ao seu redor ou debaixo de suas asas quando um predador se aproxima ou quando uma tempestade começa.
Pois bem, pensando nesses seres podemos afirmar que tem mãe-canguru, mãe-águia e mãe-galinha.
As mães, tipo cangurus são aqueles que sempre estão proporcionando bem-estar e conforto para seus filhos, criando no lar um constante clima de aconchego e tranqüilidade, podendo criar nos filhos um desejo de ficar o máximo de tempo possível na confortável bolsa.
As mães, tipo águia são aquelas que cuidam e alimentam os seus filhotes, mas não exitam em criar uma zona de desconforto para que seus filhotinhos não se acomodem no ninho e busquem, assim, os seus próprios rumos na vida.
As mães, tipo galinha são aquelas que desejam ter os seus filhos sempre por perto, mesmo quando já são adultos. Querem os filhos sempre debaixo de suas asas.
Mas preste atenção. A mamãe-canguru deixa seus filhotes saírem da bolsa com menos de um ano de idade. A mamãe-águia, aos primeiros sinais que o filhote pode voar, balança o ninho e a mamãe-galinha quando os pintinhos crescem já logo os dispersa pelo terreiro.
A mamãe-canguru, águia e galinha nos ensinam que devemos, é verdade, cuidar, proteger e alimentar os filhotes que Deus nos deu, mas exceder o tempo de que isso deve acontecer, é um erro.
Incentivar a autonomia dos filhos é uma grande responsabilidade dos pais. Mães e pais que negligenciam essa responsabilidade estão criando filhos para serem sempre dependentes, inseguros e vacilantes quando enfrentarem as dificuldades que a vida apresenta.
Crie seus filhotinhos com amor, cuidado e segurança mas não se esqueça de que eles precisam sair da bolsa, deixar o ninho e a segurança que as asas dos pais oferecerem.
Pode ser difícil, mas é o melhor que podemos fazer por eles.
Autor: Gilson Bifano
